O Governo do Ceará iniciou, nesta quinta-feira (21), por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), a 8ª Feira do Conhecimento, que tem como objetivo principal promover a popularização da ciência, tecnologia, inovação e negócios. O evento está sendo realizado no Centro de Eventos do Ceará, entre os dias 21 a 23 de novembro.
A Feira do Conhecimento oferece palestras de diversos especialistas, troca de conhecimentos entre os participantes e outros espaços, como as Arenas Metagames, Espaço Ceará Games e Pocket Ciência, batalhas de Just Dance, Museus Científicos e Mostra de Tecnologias Sociais. Ao todo, são 270 expositores e mais de 80 horas de conteúdo gratuito para os visitantes, que poderão contar com certificado de participação ao final do evento.
“Estar aqui é também uma forma de promover a equidade e a sustentabilidade”, declarou Erica Suellen, 15, aluna da Escola de Estadual de Educação Profissional (EEEP) Doutor José Alves da Silveira, no município de Quixeramobim. A jovem, ao lado de outras colegas, faz parte do Grupo Ecológico Flor de Mandacaru, um dos projetos expostos na Feira do Conhecimento, focado em capacitar e promover a independência financeira de mulheres em situação de vulnerabilidade.
“Auxiliamos diversas mulheres da nossa cidade que antes precisavam de 15 garrafas pet para produzir uma vassoura e viver dessas vendas. Hoje, com nosso grupo, essas pessoas produzem, em média, até seis joias com uma garrafa e conseguem vender mais produtos em menos tempo”, conta a jovem de forma entusiasmada. “De quebra, criamos pontos de coleta na cidade e também auxiliamos para a coleta seletiva e garantimos que essas profissionais não sofram com a escassez de matéria-prima”, conclui.
Ação inclusiva
Titular da Secitece, Sandra Monteiro destacou o incentivo do Governo do Ceará para a criação de mais espaços como a Feira do Conhecimento. “Esse evento é uma ação inclusiva, democrática, e que populariza a ciência no seu mais amplo leque de opções. Todas essas atividades nos dão uma dimensão do que nós somos enquanto Estado e o quanto construímos enquanto ciência. Fico muito feliz pelo desenvolvimento desse espaço”, disse
Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda frisa: “Estamos muito honrados em estar aqui representando o Ministério. O presidente Lula investe na ciência e sabe que o nosso país não tem como ter um futuro adequado sem investimento na ciência e na tecnologia. Queremos que o nosso povo avance e tenha uma melhor qualidade de vida e é para isso que serve a ciência”, afirmou.
Durante a solenidade de abertura da Feira do Conhecimento também foi assinado documento para a criação do Mais Ciência na Escola Ceará, ação com investimento superior a R$ 7 milhões e apoio do MCTI, que garantirá mais desenvolvimento para a ciência e tecnologia em todo território cearense.
De olho no futuro
Lex Paulo e Pedro Lucas, ambos com 17 anos, vieram do município de São Benedito para apresentar o Bioarm, projeto de prótese mais acessível que utiliza leitura muscular para a movimentação do membro mecânico. A dupla, alunos da EEEP Isaías Gonçalves Damasceno, fala em gratidão em poder apresentar a ideia na Feira. “Sabemos que uma grande parcela da população sofre com esse tipo de deficiência, então é uma ótima ideia pensar em algo que possa ajudar muitas pessoas com um melhor preço”, comentou Pedro Lucas.
O braço mecânico é feito com cano pvc, servomotores, sensores e dois tipos de bateria. “Para se ter uma ideia, uma prótese convencional custa em média R$ 10 mil, enquanto a nossa pode ser mantida por até R$ 1,2 mil”, explanou Lex Paulo.
A sustentabilidade foi uma das marcas dos expositores da Feira do Conhecimento. Marianne Martins e Matheus Monteiro, ambos com 16 anos, alunos da EEEP Antonio Rodrigues Oliveira, no município de Pedra Branca, apresentaram o Projeto Maderbio. A ideia consiste em criar madeira ecológica de baixo custo a partir do reaproveitamento dos rejeitos da indústria madeireira com a adição do biopolimero adesivo da mandioca.
“A experiência de estar aqui é incrível, poder expor nosso projeto que pode ser replicável não só pela indústria, como também pela comunidade. Assim podemos repassar esse conhecimento para todos e isso é algo bem gratificante”, pontuou Matheus Monteiro.
Com o quilo do produto custando R$ 1,50, Marianne Martins acredita que a ideia pode ter grande impacto para todos. “Viajamos cinco horas para chegar aqui. Ser do primeiro ano do Ensino Médio e poder pensar em ideias com impacto, mostrar isso para mais pessoas, é algo que tenho muita gratidão. Só estamos aqui graças a todo o apoio da nossa escola, de nossos professores”, finalizou.
FONTE: CEARA.GOV.BR