Não é incomum entrar em bares, restaurantes e até mesmo em supermercados de Fortaleza e ouvir um forrozinho tocando como música ambiente. O gosto pelo gênero musical é tanto que a pesquisa “Cultura nas Capitais” apontou que o segmento musical é o preferido dos moradores da capital cearense.
Conforme levantamento, 39% dos fortalezenses apontam o forró como gênero musical preferido — mais que o dobro da média nacional, que é de 16%. O estudo foi conduzido pelo JLeiva Cultura & Esporte, que teve como patrocinador o Itaú e o Instituto Cultural Vale — utilizando recursos da Lei Rouanet.
Além do forró, o gosto musical dos fortalezenses inclui o gospel (28%) e o sertanejo (27%), em empate técnico, seguidos por MPB (23%), pop (18%) e rock (14%). Já estilos como pagode, funk e rap aparecem com menor força na capital cearense.
Ranking musical em Fortaleza:
- Forró – 39% (Subgêneros citados: Pé-de-serra, forronejo, forró das antigas, baião e xote)
- Gospel – 28%
- Sertanejo – 27% (Subgêneros citados: Sertanejo de dupla, piseiro, pisadinha e sofrência)
- MPB – 23%
- Pop – 18%
- Rock – 14% (Subgêneros citados: Heavy-metal, Indie, Punk/punk-rock/pós-punk, Pop rock e Rock nacional)
- Romântica – 12%
- Funk – 12%
- Pagode – 11%
- Brega – 8%
- Internacional – 7%
- Rap – 7% (Subgêneros citados:Trap / trep / Poesia acústica)
- Erudita – 7%
- Eletrônica – 6%
- Samba – 5%
- Reggae – 5%
- Baiana – 2%
- Música antiga – 2%
- Jovem guarda – 2%
- Hip hop – 1%
- Citou décadas – 1%
- Jazz – 1%
- Música religiosa – 1%
- Religiosa – 1%
E não é só na capital cearense que o forró reina absoluto. Depois de Teresina e João Pessoa, Fortaleza é a cidade onde mais pessoas citam o gênero como favorito. Fortaleza também lidera no gosto por música romântica (12%), mas aparece entre as capitais com menor preferência por pagode (11%).
O estudo detalha ainda que subgêneros como o forró das antigas, pé-de-serra, forronejo, baião e xote estão entre os mais citados, revelando a diversidade de estilos consumidos sob esse guarda-chuva musical.
A pesquisa inédita revela os hábitos culturais dos moradores de Fortaleza. Além de trazer os “queridinhos” da música, o levantamento aponta ainda quais festas populares são mais frequentadas, equipamentos culturais mais conhecidos, quais as atividades culturais mais prestigiadas, entre outras informações do tipo.
Escritórios disputam artistas de forró e trap cresce
Os dados da pesquisa “Cultura nas Capitais” relacionados ao forró vão ao encontro dos números de eventos do gênero na capital cearense. O calendário da cidade, a cada ano, ganha novas festas do ritmo. Grandes produtoras como a Vybbe, escritório de Xand Avião, e a Camarote, do cantor Wesley Safadão, vivem em uma disputa saudável para atrair novos artistas.
As empresas lançam, quase que semestralmente, novos cantores na busca de abraçar o maior números de shows possíveis — não só na capital cearense como nos demais 183 municípios cearenses.
Ao mesmo tempo, gêneros como trap ganham espaço na cidade. O fortalezense Matuê é um dos nomes que levantam a bandeira do derivado do rap. O artista criou a produtora 30Praum, com sede em na capital cearense, e vem agregando ao casting do escritório nomes do Nordeste.
A aparição do rap na pesquisa relacionada a capital cearense, é confirmada pelos bons números do artista em plataformas como Spotify e Deezer.
Em setembro do ano passado, com o lançamento do álbum, “333”, Matuê conseguiu o marco de ter o maior lançamento de um artista brasileiro na história do Spotify com 16 milhões reproduções nas primeiras 24 horas após estreia. Já neste ano, ele rodou o país, incluindo apresentação na terra, com a “Tour 333”.
Metodologia da pesquisa
Nesta edição da pesquisa “Cultura nas Capitais” foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras — as 26 estaduais, além de Brasília — com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional.
Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas. Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
FONTE: DIARIO DO NORDESTE