No futuro, o calor do seu corpo talvez carregue seus aparelhos eletrônicos

Se você já viu uma câmera térmica em ação, sabe que o corpo humano produz muito calor. Esse é um “resíduo” do nosso metabolismo. Cada metro quadrado do nosso corpo emite calor equivalente a cerca de 19 fósforos por hora.

Uma nova pesquisa busca transformar o calor residual do corpo humano e de processos industriais em eletricidade sustentável. O estudo foi conduzido por Muhammad Muddasar, doutorando da Universidade de Limerick, na Irlanda, e publicado na revista Advanced Functional Materials. O autor escreveu um artigo para o site The Conversation.

O corpo humano emite calor constante devido ao metabolismo, e grande parte desse calor é desperdiçada na atmosfera. A ideia de Muddasar e seus colegas foi capturar esse calor e usá-lo para gerar energia, especialmente para dispositivos vestíveis como relógios e rastreadores, prolongando sua autonomia.

Além do calor humano, atividades industriais também geram calor residual, como motores de veículos e máquinas de produção.

Tradicionalmente, esse calor é desperdiçado, mas a “recuperação de calor residual” oferece uma maneira de transformar essa energia desperdiçada em eletricidade, ajudando na eficiência e na sustentabilidade.

O objetivo é criar um dispositivo que possa gerar e armazenar energia, agindo como um banco de energia integrado para tecnologia vestível. Isso poderia permitir que dispositivos como relógios inteligentes, rastreadores de condicionamento físico ou rastreadores de GPS funcionassem por muito mais tempo, ou até mesmo indefinidamente, aproveitando o calor do nosso corpo; disse Muhammad Muddasar, ao site The Conversation

Descobertas do estudo

  • O efeito termoelétrico, que gera eletricidade a partir da diferença de temperatura, pode ser uma solução.
  • A pesquisa demonstrou que a lignina, um subproduto da indústria de papel, pode ser usada para criar materiais termoelétricos mais seguros e ecológicos.
  • Essas membranas à base de lignina, quando embebidas em solução salina, convertem calor residual de baixa temperatura (abaixo de 200°C) em eletricidade, o que pode beneficiar setores industriais que geram grandes quantidades de calor.

Além disso, os pesquisadores encontraram uma maneira de usar carbono poroso de lignina em supercapacitores, permitindo o armazenamento eficiente da energia gerada.

Isso oferece uma solução renovável para armazenar energia proveniente do calor residual, com potencial para aplicações em eletrônicos, veículos elétricos e infraestrutura sustentável. A abordagem inovadora pode reduzir o impacto ambiental e melhorar a eficiência energética em diversos setores.

FONTE: OLHARDIGITAL

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