A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização oficializa, em chamamento público, a entrada de mais oito novas empresas no sistema prisional cearense, ampliando a atuação industrial e a oferta de oportunidades de emprego para pessoas privadas de liberdade. Atualmente, já existem oito empresas atuando nas unidades prisionais, reforçando o compromisso com a ressocialização e a capacitação profissional dos internos.
Na ocasião, a reunião contou com a presença do secretário da Pasta, Mauro Albuquerque, do coordenador especial de administração prisional, Alexandre Leite, dos representantes das empresas e dos membros da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (Coispe).
As oito empresas iniciaram as reformas dos espaços e as atividades começarão a partir dos próximos meses. Quatro unidades prisionais foram agraciadas com as empresas: Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (Empresa de Confecção: FAMEL – Araújo e Brilhante Industria e Comércio de Roupas LTDA), a Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (Empresa de confecção: DE BRAND Confecções LTDA ME e Miss Flor Comércio de Artigos do Vestuário LTDA), a Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne (Empresa de confecção: SOULTEX Indústria e Comércio de Confecções LTDA e SKY BEACH Indústria Comércio de Confecções) e a Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho de Itaitinga (Empresa de confecção: UP JEANS Indústria e Comércio de Confecções LTDA e L2MA Confecções LTDA) e (Empresa de Castanha de Caju: SUPREMA CAJU G Marques Ferreira LTDA).
As empresas integrarão o projeto “Cadeias Produtivas”, que tem como objetivo proporcionar capacitação profissional e oportunidades de trabalho para a população carcerária. A instalação dessas novas empresas criará mais 120 empregos no sistema prisional. A iniciativa é desenvolvida em colaboração com os policiais penais, complementando outros projetos de reintegração social dos internos e estabelecendo uma rotina de trabalho produtiva e estruturada nas unidades prisionais.
O secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, fala sobre a importância da entrada de empresas no sistema prisional. “A entrada das empresas no sistema prisional reflete os três pilares fundamentais da nossa Secretaria: ensino, capacitação e trabalho. A criação de 120 novos empregos, não apenas oferece oportunidades de trabalho para os internos, mas também fortalece a educação e a capacitação profissional, elementos essenciais para a reintegração social. Em parceria com as empresas e os policiais penais, estamos construindo uma rotina produtiva e estruturada nas unidades prisionais, alinhada com nossa missão de ressocialização”, afirma.
A empresária e dona da Soltex Confecções, Patrícia Quintela, se sente empolgada para começar o trabalho dentro do sistema prisional. “Desde a primeira visita, alguns meses atrás, saí do sistema penitenciário, primeiramente encantada, reforçando a questão da qualidade e da concentração dos internos nas empresas. A gente que trabalha com produção, principalmente com costura, é algo imprescindível para a questão da qualidade dos produtos. Hoje estou muito feliz, porque a minha empresa foi selecionada e estou ansiosa para entrar e começar a trabalhar. Eu sempre tive em mente que Deus me usasse como uma ferramenta de transformação na vida das pessoas através do meu trabalho, que é o que eu sei fazer e é o que eu acredito. O trabalho e a educação transformam vidas. Assim como a minha história de vida foi transformada, pois também vim de uma família de poucas posses, estudei e trabalhei muito, para que hoje eu possa dizer que eu tenho uma empresa e que posso proporcionar oportunidade de trabalho para essas pessoas. Meu objetivo é usar esse trabalho e conhecimento para transformar a vida dessas pessoas para saírem ainda melhores. Eu sou uma mulher que está ingressando o meu trabalho para dentro do sistema penitenciário com uma empresa de costura para fazer um monte de homens virarem pessoas capacitadas, trabalhadoras, pais de família, respeitados e, quem sabe, donos do seu próprio negócio quando saírem da unidade prisional”, afirma.
Entenda o projeto
A instalação de empresas dentro das unidades prisionais faz parte do projeto “Cadeias Produtivas”. Em 2 anos, o programa já recebeu 8 empresas. As empresas instaladas são: Ypióca (confecção de camisas de palha, usadas para revestir a garrafa da cachaça), Prot Servis (confecção de roupas profissionais – fardamentos), Sky Beach (confecção de roupas), Mara Top London (confecção moda feminina), W.Jota Gráfica e Editora (prestação de serviços em gráfica), Lupo (confecção de peças de vestuário), ISM e CWM (Alimentação).
O objetivo é oportunizar qualificação e trabalho para todos os internos que cumpram pena dentro do sistema penal. Atualmente, 500 internos estão trabalhando nas empresas instaladas.Neste projeto, os internos trabalham 40 horas semanais e recebem remição de pena a cada três dias trabalhados. A metade do salário é enviada a família, 25% entra como depósito judicial para benefício futuro do interno em liberdade e os outros 25% retornam ao sistema prisional para investimento em melhoria.
Contato
Empresários ou industriais interessados podem entrar em contato com a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso no telefone 3101.7718 ou através do e-mail coispe@sap.ce.gov.br.
FONTE: CEARA.GOV.BR