Pesquisadores brasileiros criam IA que ajuda a detectar AVC

Com apoio de IA (inteligência artificial), pesquisadores brasileiros em parceria com australianos criaram um dispositivo, instalado no smartphone, que ajuda a identificar o AVC em minutos. Um exame atualmente para detectar o acidente vascular cerebral leva cerca de meia hora.

O estudo do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), criou, ainda em fase de testes o dispositivo. A primeira versão deve estar disponível em 18 meses.

Pelo aplicativo, é possível analisar o rosto da pessoa, observando a assimetria, a partir de supostos sintomas indicativos de AVC. É verificado o movimento muscular descrito pelo Sistema de Codificação da Ação Facial (FACs) e expressões faciais – olhar, sorriso e assim por diante.

Oito sinais

A identificação rápida de um AVC é essencial para tomada de providências, evitando o risco maior, que é a morte.

Para a utilização do dispositivo, os pesquisadores afirmam que há oito exercícios faciais importantes e que foram pedidos aos voluntários.

Os exercícios incluem o sorriso, como o apagar de uma vela e beijar um bebê e pronunciar algumas palavras diferentes.

A partir da combinação dessas informações disponíveis, o sistema é capaz de determinar uma correlação entre a disposição do rosto e o quadro clínico de AVC, realizando a chamada análise de regressão.

No entanto, para que esse diagnóstico seja possível em um app, são necessários ajustes.

Uma das questões é tornar a tecnologia compatível com diferentes sistemas de smartphone.

O cientista João Paulo Papa, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), diz que são ajustes técnicos.

“Temos diversos modelos inteligentes que são ‘leves’ para executar em celulares, mas precisam ser validados. Devemos estabelecer também uma configuração mínima necessária para que o sistema a ser desenvolvido execute com margem de segurança.”

Testes feitos

Os testes foram realizados com vídeos da Toronto Neuroface — base de dados proveniente da Universidade de Toronto —, que contém sequências de 11 pacientes saudáveis e 14 pós-AVC.

O dispositivo identificou 91% dos casos de pacientes após o acidente e classificou corretamente 82% de todos os pacientes, saudáveis ou não.

Os cientistas querem aumentar a quantidade e a variedade dos dados utilizados e, assim, garantir a ampla aplicabilidade do sistema.

O grupo é liderado por Guilherme Camargo, pesquisador da Unesp, sob supervisão dos professores João Paulo Papa e Dinesh Kumar, do RMIT.

Outros três cientistas brasileiros trabalham na pesquisa publicada na revista Computer Methods and Programs in Biomedicine cujo objetivo final é disponibilizar a tecnologia baseada em IA no formato de aplicativo (app) para smartphones.

FONTE: SONOTICIABOA.COM.BR

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